Tive a honra de estar presente no evento na Fundação Calouste Gulbenkian, que se associou ao Movimento Zero Desperdício, uma iniciativa que tem como objetivo combater o desperdício alimentar em Portugal. Para tal, assinou um protocolo com a associação Dar i Acordar, promotora deste movimento, e a Câmara Municipal de Lisboa, com o objetivo de alargar a iniciativa a todas as freguesias e municípios da Área Metropolitana de Lisboa que queiram aderir ao projeto.
O Movimento Zero Desperdício foi criado pela Associação Dar i Acordar para aproveitamento das sobras alimentares que se encontram em perfeitas condições de consumo, junto das entidades públicas e privadas. Com esta parceria pretende-se tornar Lisboa a primeira Capital Mundial Zero Desperdício através do envolvimento de um vasto leque de entidades, instituições e empresas neste modelo de combate ao desperdício.
Em Portugal, estima-se que cerca de 50 mil refeições diárias confecionadas por hotéis, restaurantes, caterings, cadeias de supermercados, entre outros, sejam deitadas ao lixo, num desperdício total da ordem de 1 milhão de toneladas por ano. Em abril de 2012 este movimento montou uma estrutura no terreno e desde então foram recuperadas quase 900 000 refeições em quatro concelhos – Lisboa, Loures, Cascais e Sintra -beneficiando 2100 famílias, numa complexa operação que envolveu 100 entidades doadoras e 60 instituições recetoras e ainda 250 voluntários.
Entre as entidades doadoras contam-se, a título de exemplo, as cadeias de supermercados Pingo Doce, Auchan, Celeiro e Brio, Grupos José de Mello Saúde e Espírito Santo Saúde, Assembleia da República, Banco de Portugal, Casa da Moeda, REN, Repsol e IKEA de Loures. Com a colaboração da ASAE, foram definidas as regras de higiene e segurança alimentar para utilizar ao longo do processo de recolha, acondicionamento, conservação, transporte e distribuição das refeições, tendo sido realizadas ações de formação de técnicos e voluntários envolvidos no processo associado a este combate ao desperdício.
No próximo ano letivo será lançado um projeto pedagógico nas escolas de 1.º ciclo, com o objetivo de consciencializar os jovens para a necessidade de prevenção do desperdício alimentar.
“O tio desafio”, “A vida difícil de uma manteigueira”, “A Rita encolheu. E agora?” e “Confusão no corredor dos enlatados” são os títulos das quatro publicações infantis lançadas pelo Centro de Investigação para Tecnologia Interativas (CITI), unidade de investigação da FCSH/NOVA.
O projeto, que nasce das linhas de investigação "Literacias e numeracias", consistiu na criação de uma biblioteca digital para a organização Zero Desperdício, que dessa forma gera quatro mais-valias em relação às versões impressas: animações em algumas ilustrações, textos integrais lidos por atores, sincronismo entre a palavra e a escrita e utilização de música e sonoplastia originais. O público-alvo são os alunos do 1.º Ciclo.
O lançamento das publicações teve lugar durante o encontro “Combate ao Desperdício Alimentar”, que se realizou na Fundação Calouste Gulbenkian no dia 9 de maio. Contou com as presenças de Artur Santos Silva, (Presidente do Conselho de Administração da FCG), António Costa Pereira e Paula Policarpo (Associação DariAcordar) e Fernando Pinto do Amaral (Comissário do Plano Nacional de Leitura). A sessão foi encerrada pelo Presidente da República.
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