Participámos mas não ganhámos!
No âmbito da proposta do PNL, “Palavras e ideias”, selecionámos o livro “Rafaela”
de Margarida Fonseca Santos, na sequência da formação para docentes “Escrita
criativa” realizada no Agrupamento de Escolas em Novembro, da feira do livro e do
encontro dos alunos com a autora.
A leitura da obra foi efetuada na Biblioteca Escolar numa sessão alargada do
“Clube de Leitura”.
Todas as crianças têm imaginação e há que valorizá-la, brincar com as palavras e
incentivar a escrita, “de forma divertida, ou intensa, ou louca, ou apaixonada
conforme as ocasiões” como afirma a autora Margarida Fonseca Santos no livro
“Desafios em 77 palavras”.
Em sala de aula, foi lançado o desafio de escrita, tendo os alunos de forma lúdica
associado e trocado ideias, identificado o problema da história e em pequenos
grupos definiram/escreveram a sua proposta de solução para a dificuldade.
De seguida, tendo por base as soluções dos diferentes grupos, foi produzido o texto
final e escolhido o título “Dar asas à imaginação”.
Os alunos descobriram que os desafios os fazem escrever cada vez melhor e que
falar através de uma personagem é muito estimulante.
“Dar asas à imaginação”
Rafaela era uma menina alegre e com muita imaginação, à medida que ia
crescendo gostava de brincar com amigos imaginários e inventar histórias
fabulosas. Inicialmente todos gostavam dela, mas depois deixaram de lhe achar
graça. Na escola, tudo se complicou, não tinha amigos, a professora não
compreendia a sua imaginação e em casa, os pais castigavam-na. Ela só queria
encontrar uma forma de ser compreendida, mas não era fácil. Um dia, para tentar
conquistar os colegas da escola, convenceu os seus pais a organizarem uma festa
mas os colegas, como não a entendiam, recusaram o convite. Para a animarem, os
pais, nesse dia, levaram-na a visitar o rio Mondego. Lá, Rafaela achou que
tinha encontrado um fóssil de dinossauro, escavou, retirou-o e levou-o para a
sala de aula mas, mais uma vez, a professora e os colegas acharam que aquilo
não passava de um objeto vulgar e todos se riram dela. Nesse dia, na imaginação
de Rafaela, a terra tremeu, ou seja, um terramoto abalou a escola, mas Rafaela
não se assustou, procurou o jardineiro, contou-lhe e disse-lhe que não havia
problema porque tinha construído uma tenda indestrutível. Um colega ouviu,
contou aos outros e todos gozaram com ela. Entretanto, um mês depois, foi
organizada uma feira de ciência na escola e quem levasse o animal mais
fantástico venceria o concurso realizado nessa feira. Rafaela achou que essa
seria a sua oportunidade, levou uma formiga, que segundo ela, tinha um metro de
altura, sabia conduzir e tinha capacidade de aumentar e diminuir todos os
seres. Os seus colegas quiseram ver esse ser fabuloso, mas afinal, não passava
de uma formiga vulgar e todos, alunos e professores, disseram que ela estava
com alucinações. Nesse dia, quando saiu da escola, Rafaela encontrou um lago
cheio de peixes coloridos e água brilhante. Ao ouvir os pássaros a cantar,
sentou-se na relva e adormeceu. No sonho dela apareceu um leão mágico. - Uau,
um leão! – exclamou a Rafaela. - Preciso da tua ajuda, Rafaela! - disse o leão
mágico. O leão era todo às riscas cheio de purpurinas. Ele precisava de ajuda
para tirar o seu amigo de cima de uma árvore. - Eu ajudo-te, também gostava de
ter um amigo como tu! - disse muito triste a Rafaela. - Obrigado! – disse o
leão mágico. Ela ajudou o amigo do leão, que lhe ficou a dever uma ajuda.
Quando acordou do sonho, à sua frente, viu um rapaz que queria brincar com ela.
Ele tinha uma imaginação infantil como a dela e brincaram toda a tarde. Assim,
Rafaela fez um amigo como ela, que lhe permitiu sentir-se um pouco compreendida.
Algum tempo depois, a professora soube que ia haver um concurso literário,
sobre o tema “Seres imaginários” e propôs que cada aluno escrevesse um texto
para participar. Depois de terem escrito o seu texto, todos os alunos o leram
e, mais uma vez as ideias de Rafaela foram contestadas. Algum tempo depois, a
professora foi informada que o texto da Rafaela venceu o concurso, os colegas
ficaram espantados e desde aí, os seus pais, os colegas e a professora
procuraram compreender a sua forma de ser. Finalmente, Rafaela conseguiu que
também os amigos começassem a dar asas à imaginação, aquela turma nunca mais
foi a mesma e as aulas passaram a estar envolvidas de magia
Após a elaboração do texto, cada aluno desenhou o seu autoretrato e foi modelada, na aula de cerâmica, a personagem “Rafaela”, em plasticina. Para terminar procedeu-se à montagem do cartaz final. As atividades foram desenvolvidas no âmbito do trabalho colaborativo da Biblioteca Escolar com a professora titular de turma Clotilde Fidalgo e a ceramista Anabela Camelo.
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